A Promessa





Saiu o último número da revista Nova Síntese, que inclui um texto meu sobre A Promessa, de António de Macedo, um western místico e luminosos criado a partir da opressiva peça homónima de Bernardo Santareno. Se Santareno era o dramaturgo da asfixia, Macedo era o cineasta dos sinais. Pelos filmes dele perpassa o otimismo de quem acredita que a vida que se vive é só uma sombra da vida verdadeira.
Tive a sorte de conhecer António de Macedo ainda em vida. Um homem afável, de uma enorme erudição, claramente amargurado com o ostracismo a que o cinema português o votara, mas persistindo sem descanso em novos projetos e veículos para a sua criatividade.
A morte quebrou esses projetos, mas quem sabe se a sua esperança num mundo secreto que tudo explica se possa ainda ver realizada muito para lá daquilo que nós supomos.