O silêncio perdido
Ao contrário do que se diz, a história não é escrita pelos vencedores, nem pelos que têm poder, mas é escrita por aqueles que têm voz.
Ter voz é ter algo para dizer. É ter forma de o dizer. Coragem de o dizer. Força para se dar à escuta.
Não sabemos nunca quem irá ter a voz para contar os nossos tempos. E quem tem a voz conta a sua história, não a história dos outros.
É possível que daqui a algum tempo, alguém que tenha voz conte a história destes dias como uma história de tédio, de espera, de confinamento.
Mas essa não é a história de toda a gente. E talvez nem seja a melhor história ou a mais importante.
O silêncio é mais prenhe que todas as vozes.